Chet em Paris, 1976 / foto d Guy Le Querrec |
Lá embaixo, livre rememória de falas de Chet Baker - Apenas um sopro, em cartaz já acabando no CCBB São Paulo. Chet Baker (EUA, 1929-88), o genial, doído, trompete, voz: jazz q coração nenhum aguenta. O processo de renascimento pessoal y artístico depois q perde os dentes em briga de rua. O vício em drogas, a difícil convivência consigo e com a banda -- q está e toca lindamente.
Chet é Paulo Miklos, o Titã, q em momento algum toca o trompete -- se é a impossibilidade de se querer tocar como Chet, também é a dor de Chet com Chet ele mesmo: a insegurança de poder sustentar ou não o próprio mito; mito do qual se fala a peça toda e, ainda, nunca em Cena se ouve;
Paulo Miklos então pega o q tem: o coração de humano y músico e a voz rouca e doa a My funny valentine,
luz e sombra do Teatro
miséria humana q se sustenta em arte
e em arte também se acaba:
o humano q ali / não / está:
"acham q sabem
porque me ouvem: tenho duas mãos
e um trompete...
duas mãos são muito pouco
um trompete é muito pouco
um trompete é nada
mas isso
vocês não sabem"
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